A economia global perde 1 trilhão de dólares por ano (quase R$ 2 trilhões) com a corrupção. Dinheiro que, em vez de se transformar em serviços ao público, vai retroalimentar um sistema que parece tão antigo quanto a própria história da humanidade. E, para o subprocurador-geral da República Washington Bolívar de Brito Júnior, o Poder Judiciário é “o último reduto da esperança”.

A participação efetiva dos juízes no combate à corrupção foi destacada, na manhã desta quinta-feira (19), por Washington Bolívar de Brito Júnior durante palestra no I Ciclo de Debates do Poder Judiciário.

“O combate à corrupção é dever de todo cidadão brasileiro, em especial, dos que integram os quadros do Ministério Público. Porém, a causa do combate à corrupção é mais vossa, senhoras e senhores magistrados, do que nossa. Porque ao Poder Judiciário cumpre a apuração e a punição exemplar dos que praticam a corrupção no Brasil”, acentuou, ao falar para um público seleto de juízes, servidores, estudantes de direitos, líderes de movimentos sociais e outros interessados no Direito.

Enquanto o Espírito Santo era sacudido pela informação de mais uma operação da Polícia Federal, para cumprir 28 mandados de prisão e 51 mandados de busca e apreensão em Presidente Kennedy, decretados pelo desembargador Pedro Valls Feu Rosa, o subprocurador aconselhava o Poder Judiciário a investir na qualificação dos servidores e na estruturação material e tecnológica para conseguir tornar mais rápida à prestação jurisdicional no Brasil.

Dados divulgados pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) estimam que R$ 70 bilhões são desviados dos cofres públicos em atos ilícitos por ano no Brasil. Outra pesquisa divulgada pelo jornal Correio Braziliense informou que em 10 anos foram R$ 720 bilhões perdidos em esquemas de corrupção. Desse valor, somente R$ 500 milhões foram recuperados. “Seria possível erradicar a miséria com essa quantia”, destacou o subprocurador.

No Brasil, entre outubro de 2010 e setembro de 2011, foram instaurados, pelo Ministério Público Federal, 820 procedimentos administrativos sobre crimes de responsabilidade de prefeitos. Desses 820 procedimentos, 368 se converteram em inquéritos policiais. Dos 368 inquéritos, 59 tornaram-se denúncia. Dessas 59 denúncias, 16 transformaram-se em ações penais.

Assessoria de Comunicação do TJES

Retirado em 20/04/2012 de TJ/ES